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    A-B

    alma. Espírito individualizado. A alma é a natureza real e imortal do homem e de todas as formas dotadas de vida; reveste-se apenas temporariamente, dos corpos causal, astral e físico. A natureza da alma é Espírito: Alegria sempre-existente, sempre-consciente, sempre-nova.

    Arjuna. Excelso discípulo a quem Bhagavan Krishna transmitiu a mensagem imortal do Bhagavad Gita; um dos cinco príncipes da dinastia Pandava e figura-chave da grande epopeia hindu, o Mahabharata.

    ashram. Um eremitério espiritual; quase sempre, um mosteiro.

    Autorrealização. Paramahansa Yogananda definiu Autorrealização da seguinte maneira: "Autorrealização é o conhecimento - percebido mediante o corpo, a mente e a alma - de que somos um com a onipresença de Deus, de que não temos que orar para que ela venha a nós, mas de que a onipresença de Deus é nossa própria onipresença, de que somos parte Dele agora, tal qual haveremos sempre de ser. Só o de que precisamos é aperfeiçoar nosso conhecimento."

    avatar. Do sânscrito avatara, composto pelas raízes ava, "para baixo", e tri, "passar". Aquele que alcança a união com o Espírito e, depois, volta à Terra para ajudar a humanidade chama-se avatar.

    avidya. Literalmente, "não-conhecimento", ignorância; manifestação, no homem, de maya, a ilusão cósmica. Essencialmente, avidya é a ignorância do homem quanto à sua natureza divina e à única realidade: o Espírito.

    Babaji. Ver Mahavatar Babaji.

    Bhagavad Gita. "Cântico do Senhor". Antiga escritura indiana que consiste de dezoito capítulos da epopeia Mahabharata. Apresentado sob a forma de um diálogo entre o Senhor Krishna, um avatar, e seu discípulo Arjuna, na véspera da histórica batalha de Kurukshetra, o Gita é um profundo tratado da ciência da Yoga (união com Deus) e uma receita intemporal de felicidade e êxito na vida cotidiana. Além de histórico, o Gita é também uma alegoria, um tratado espiritual sobre a batalha interna entre as boas e as más tendências do homem. Dependendo do contexto, Krishna simboliza o guru, a alma ou Deus, Arjuna representa o devoto aspirante. Mahatma Gandhi escreveu a respeito dessa escritura universal: "Aqueles que meditarem no Gita, dele derivarão uma alegria renovada e novos significados a cada dia. Não há uma única complicação espiritual que o Gita não possa deslindar."

    Bhagavan Krishna. Avatar que viveu na Índia antiga, antes da era cristã. Um dos significados atribuídos à palavra Krishna nas escrituras hindus é "Espírito Onisciente". Assim, Krishna, como Cristo, é um título espiritual que denota a grandeza divina do avatar - sua unidade com Deus. O título Bhagavan significa "Senhor". Na época em que proferiu o discurso registrado no Bhagavad Gita, o Senhor Krishna era o monarca de um reino no norte da Índia. Em sua infância, Krishna viveu como pastor de gado, encantando os companheiros com a música de sua flauta. Nesse papel, Krishna representa, alegoricamente, a alma que toca a flauta da meditação para guiar todos os pensamentos extraviados de volta ao rebanho da onisciência.

    Bhakti Yoga. Via espiritual de acesso a Deus, com ênfase no amor de entrega total como o principal meio para se chegar à união e comunhão divinas. Ver Yoga.

    Brahma-Vishnu-Shiva. Três aspectos da imanência de Deus na criação. Representam a função trinitária da Inteligência Crística (Tat) que guia as atividades de criação, preservação e destruição da Natureza Cósmica. Ver Trindade.

    Brahman (Brahma). Espírito Absoluto.

    bulbo raquidiano. O principal ponto de entrada da força vital (prana) no corpo; sede do sexto centro cerebrospinal, cuja função consiste em receber e dirigir o fluxo que vem da energia cósmica. A força vital é armazenada no sétimo centro (sahasrara), na parte superior do cérebro. Desse reservatório, é distribuída para todo o corpo. O centro sutil localizado no bulbo raquidiano é o interruptor principal que controla a entrada, o armazenamento e a distribuição da força vital.

    C-D

    casta. O conceito de casta, na concepção original, não implicava a condição hereditária, mas a classificação com base nas capacidades naturais do homem. Em sua evolução, o homem passa por quatro etapas diferentes, denominadas sudra, vaixá, xátria e brâmane, pelos antigos sábios hindus. O sudra interessa-se, principalmente, pela satisfação de suas necessidades e desejos corporais, o que melhor se adapta a seu estado de desenvolvimento é o trabalho braçal. O vaixá ambiciona tanto o lucro mundano quanto a satisfação dos sentidos; possui mais habilidade criativa que o sudra e busca as atividades de fazendeiro, homem de negócios, artista ou qualquer outra em que sua energia mental encontre satisfação. O xátria, tendo, durante muitas vidas, satisfeito os desejos das etapas de sudra e vaixá, começa a buscar o significado da vida; tenta superar os maus hábitos, controlar os sentidos e fazer o que é correto. Xátrias são, profissionalmente, nobres governantes, estadistas e guerreiros. O brâmane dominou sua natureza inferior, tem uma afinidade natural por objetivos espirituais e conhece Deus, sendo capaz, portanto, de ensinar e de ajudar os outros a se libertarem.

    centro crístico. É o Kutastha ou ajna chakra, no ponto entre as sobrancelhas, diretamente relacionado, por polaridade, ao bulbo raquidiano, centro da vontade, da concentração e da Consciência Cristica; sede do olho espiritual."

    chakras. Na Yoga, os sete centros de vida e consciência, ocultos na coluna vertebral e no cérebro, que vitalizam os corpos astral e físico do homem. Esses centros chamam-se chakras ("rodas"), porque a energia, concentrada em cada um, assemelha-se a um eixo de roda, de que partem raios de luz e energia vital. Em ordem ascendente, são estes os chakras: muladhara (o coccígeo, na base da coluna); svadhisthana (o sacro, cinco centímetros acima do muladhara); manipura (o lombar, oposto ao umbigo); anahata (o dorsal, oposto ao coração); vishuddha (o cervical, na base do pescoço); ajna (tradicionalmente localizado entre as sobrancelhas; na realidade, diretamente ligado por polaridade ao bulbo raquidiano; ver também bulbo raquidiano e olho espiritual) e sahasrara (na parte superior do cérebro).

    Os sete centros são saídas divinamente planejadas ou "alçapões", através dos quais a alma desceu ao corpo e por onde deve reascender por um processo de meditação. Em sete etapas sucessivas, a alma escapa para a Consciência Cósmica. Em sua passagem consciente pelos sete centros cerebrospinais abertos ou "despertados", a alma percorre a estrada real para o Infinito, verdadeira via pela qual deve inverter sua trajetória anterior e voltar a unir-se a Deus.

    Os tratados de Yoga geralmente consideram chakras apenas os seis centros inferiores, referindo-se ao sahasrara separadamente, como um sétimo centro. Todos os sete, porém, costumam ser comparados a flores de lótus, cujas pétalas se abrem ou voltam-se para cima, durante o despertar espiritual, quando a vida e a consciência sobem pela espinha.

    chitta. Sentimento intuitivo; o agregado da consciência, inerentes ao qual estão: ahamkara (egoísmo), buddhi (inteligência), e manas (mente ou consciência dos sentidos).

    Concentração, Técnica de. A Técnica de Concentração da Self-Realization Fellowship (também Técnica de Hong-Só), ensinada nas Lições da Self-Realization Fellowship. Essa técnica ajuda a retirar a atenção, cientificamente, de todos os objetos de distração, colocando-a em uma coisa de cada vez. Portanto, é valiosíssima para a meditação ou concentração em Deus. A Técnica de Hong-Só faz parte integrante da ciência da Kriya Yoga.

    Consciência Cósmica. O Absoluto; o Espírito além da criação. Também significa o estado meditativo de samadhi, união com Deus, tanto dentro da criação vibratória quanto transcendente a ela. Ver Trindade.

    Consciência Crística. "Cristo" ou "Consciência Crística" é a consciência projetada de Deus, imanente em toda a criação. Nas escrituras cristãs, é chamada de "o filho unigênito", o único reflexo puro de Deus-Pai na criação, nas escrituras hindus, chama-se Kutastha Chaitanya ou Tat, a inteligência cósmica do Espírito, presente em toda a criação. É a consciência universal, a unidade com Deus manifestada por Jesus, Krishna e outros avatares, Os grandes santos e iogues a conhecem como o estado de samadhi, na meditação, em que suas consciências passam a identificar-se com a inteligência presente em cada partícula da criação, sentem o universo inteiro como seus próprios corpos. Ver Trindade.

    Consciência de Krishna. Consciência de Cristo; Kutastha Chaitanya. Ver Consciência Crística.

    consciência, estados de. Em consciência mortal, o homem experimenta três estados: consciência de vigília, de sono e de sonho. Mas ele não experimenta sua alma, a superconsciência, nem experimenta Deus. O homem-Cristo, sim. Assim como o homem mortal tem consciência de todo o seu corpo, o homem crístico está cônscio de todo o universo, que ele sente como seu próprio corpo. Além do estado de consciência crística está a consciência cósmica: a experiência da unidade com Deus, não só em Sua consciência absoluta, além da criação vibratória, como também em Sua onipresença, manifestada nos mundos dos fenômenos.

    corpo astral. Corpo sutil do homem, feito de luz, prana ou vitátrons; o segundo dos três envoltórios que abrigam sucessivamente a alma: o corpo causal, o corpo astral e o corpo físico. Os poderes do corpo astral dão vida ao corpo físico, assim como a eletricidade ilumina a lâmpada. O corpo astral tem 19 elementos: inteligência, ego, sentimento, mente (consciência dos sentidos), cinco instrumentos de conhecimento (poderes sensórios nos órgãos físicos de visão, audição, olfato, paladar e tato), cinco instrumentos de ação (poderes executivos nos instrumentos físicos de procriação, excreção, fala, locomoção e exercício da habilidade manual) e cinco instrumentos de força vital que realizam as funções de circulação, metabolização, assimilação, cristalização e eliminação.

    corpo causal. Essencialmente, como alma, o homem é um ser de corpo causal. Esse corpo é uma matriz ideativa para os corpos astral e físico. O corpo causal compõe-se de 35 ideias elementares, correspondentes aos 19 elementos do corpo astral, somados aos 16 elementos materiais, básicos, do corpo físico.

    Cristo. O título honorífico de Jesus: Jesus, o Cristo. Esse termo também denota a inteligência universal de Deus imanente na criação (às vezes chamada de Cristo Cósmico ou Cristo Infinito), ou é usada em referência a grandes mestres que alcançaram a unidade com essa Consciência Divina. (A palavra grega Christos significa "ungido", assim como a palavra hebraica Messias.) Ver também Kutastha Chaitanya.

    dharma. Eternos princípios de justiça que sustentam toda a criação, dever inerente do homem de viver em harmonia com esses princípios. Ver também Sanatana Dharma.

    diksha. Iniciação espiritual; da raiz verbal sânscrita diksh, dedicar-se. Ver também discípulo e Kriya Yoga.

    discípulo. Aspirante espiritual que, desejando ser apresentado a Deus, procura um guru e, com esse objetivo, estabelece com ele uma relação espiritual eterna. Na Self-Realization Fellowship, o relacionamento guru-discípulo se estabelece com diksha, iniciação, em Kriya Yoga. Ver também guru e Kriya Yoga.

    dhyana. Ver meditação.

    E-G

    egoísmo. O princípio do ego, ahamkara, em sânscrito (lit., "eu faço"), é a causa básica do dualismo ou aparente separação entre o homem e o seu Criador. Ahamkara leva os seres humanos a submeterem-se ao jugo de maya, que faz o sujeito (ego) falsamente aparecer como objeto; as criaturas imaginam-se criadoras. Eliminando a consciência do ego, o homem desperta para sua identidade divina, sua unidade com a Vida Única: Deus.

    elementos (cinco). A Vibração Cósmica, ou Om, estrutura toda a criação física, inclusive o corpo físico do homem, manifestando-se como cinco tattvas (elementos): terra, água, fogo, ar e éter. Essas forças estruturais são de natureza vibratória e inteligente. Sem o elemento terra, não haveria o estado de matéria sólida; sem o elemento água, não haveria o estado líquido; sem o elemento ar, não haveria o estado gasoso; sem o elemento fogo, não haveria calor; sem o elemento éter, nenhuma tela sobre a qual projetar o filme cósmico. No corpo, o prana (energia cósmica vibratória) entra no bulbo raquidiano e divide-se em cinco correntes elementares, graças à ação dos cinco centros inferiores ou chakras: coccígeo (terra), sacro (água), lombar (fogo), dorsal (ar) e cervical (éter). A terminologia sânscrita para esses elementos é prithivi, ap, tej, prana e akash.

    energia cósmica. Ver prana.

    Energização, Exercícios de. O homem está rodeado de energia cósmica, assim como o peixe está rodeado de água. Os Exercícios de Energização, desenvolvidos por Paramahansa Yogananda e ensinados nas Lições da Self-Realization Fellowship, permitem ao homem recarregar o corpo com a energia ou prana universal

    escola de Ranchi. Yogoda Satsanga Vidyalaya, fundada por Paramahansa Yogananda em 1918, quando o marajá de Kasimbazar cedeu seu palácio de verão e 10 hectares de terra em Ranchi, Bihar, para servir de escola para meninos. A propriedade foi definitivamente adquirida quando Paramahansaji esteve na Índia, em 1935-36. Mais de 2 mil alunos frequentam agora as escolas Yogoda em Ranchi, desde o jardim de infância até a faculdade. Ver Yogoda Satsanga Society of India.

    Espírito Santo. Ver Om e Trindade.

    éter. Em sånscrito, akash. Embora a atual teoria científica sobre a natureza do universo material não considere o éter como um fator estrutural, ele tem sido considerado como tal há milênios pelos sábios da Índia. Paramahansa Yogananda referia-se ao éter como a tela sobre a qual Deus projeta o filme cósmico da criação. O espaço dá dimensão aos objetos; o éter separa as imagens. Essa "tela", uma força criadora que coordena todas as vibrações espaciais, é um fator necessário quando se consideram as forças mais sutis - o pensamento e a energia vital (prana) - bem como a natureza do espaço e a origem das forças materiais e da própria matéria. Ver elementos.

    Eu [Self]. Com letra maiúscula, designa o atman ou alma, a essência divina do homem, diferente do eu [self] comum que constitui a personalidade humana, ou ego. O Eu [Self] é o Espírito individualizado, cuja natureza essencial é alegria eterna, sempre-consciente, sempre-nova. O Eu, ou alma, é a fonte interna do amor, da sabedoria, da paz, da coragem, da compaixão e de todos os outros atributos divinos no homem. [Dependendo do contexto, Self foi traduzido pelos termos Eu, Ser, Auto- ou Si-Mesmo.]

    força vital. Ver prana.

    gunas. Os três atributos da natureza: tamas, rajas e sattva - obstrução, atividade e expansão; ou massa, energia e inteligência. No homem, os três gunas expressam-se como ignorância ou inércia; atividade ou esforço e sabedoria.

    guru. Mestre espiritual. Embora a palavra guru seja muitas vezes usada incorretamente para designar um simples professor ou instrutor, um verdadeiro guru, divinamente iluminado, é aquele que, ao alcançar o autodomínio, percebeu sua identidade com o Espírito onipresente. Tal indivíduo está singularmente qualificado para guiar os que buscam a verdade em sua jornada interior para a realização divina.

    Quando um devoto está preparado para buscar Deus com determinação, o Senhor envia-lhe um guru. Deus guia o discípulo por meio da sabedoria, da inteligência, da Autorrealização e dos ensinamentos desse mestre. Seguindo os ensinamentos e a disciplina do mestre, o discípulo satisfaz o desejo que sua alma tem pelo maná da percepção de Deus. Um guru desse porte, designado por Deus para ajudar aos buscadores sinceros em resposta ao profundo anseio de suas almas, não é um professor comum: é um veículo humano, cujo corpo, palavra, mente e espiritualidade são usados por Deus como canais para atrair almas perdidas de volta ao seu lar de imortalidade. Um guru é uma encarnação viva da verdade das escrituras. É um agente da salvação, ungido por Deus, em resposta ao pedido de um devoto para libertar-se da escravidão à matéria.

    "Manter-se em companhia do Guru", escreveu Swami Sri Yukteswar em A Ciência Sagrada, "é não apenas estar em sua presença física (porque isso algumas vezes é impossível), mas significa principalmente conservá-lo em nossos corações, estarmos unificados com ele em princípio e nos sintonizarmos com ele." Ver mestre.

    Gurudeva. "Mestre divino", habitualmente um termo sânscrito de respeito, que se emprega ao dirigir-se e referir-se a seu próprio preceptor espiritual; às vezes, traduz-se por "Mestre".

    Gurus da Self-Realization Fellowship. Os Gurus da Self-Realization Fellowship (Yogoda Satsanga Society of India) são Jesus Cristo, Bhagavan Krishna e a linhagem de excelsos mestres da era contemporânea: Mahavatar Babaji, Lahiri Mahasaya, Swami Sri Yukteswar e Paramahansa Yogananda. Demonstrar a harmonia e a unidade essenciais entre os ensinamentos de Jesus Cristo e os preceitos da Yoga de Bhagavan Krishna é parte integrante da missão da SRF. Todos esses Gurus, por seus sublimes ensinamentos e mediação divina, contribuem para que se cumpra a missão da Self-Realization Fellowship: oferecer a todos os homens e mulheres uma ciência espiritual, prática, de realização divina.

    H-L

    Hatha Yoga. Sistema de técnicas e posturas físicas (asanas) que promovem a saúde e a serenidade mental. Ver Yoga.

    Hinduismo. Ver Sanatana Dharma.

    ilusão cósmica. Ver maya.

    intuição. Faculdade onisciente da alma, que permite ao homem experimentar a percepção direta da verdade, sem a intermediação dos sentidos.

    iogue. Indivíduo que pratica Yoga." Quem pratica uma técnica científica para alcançar a percepção divina é um iogue. Pode ser casado ou solteiro, pessoa de responsabilidades mundanas ou que tenha feito votos religiosos formais.

    Jadava Krishna. Jadava indica o clă do qual Bhagavan Krishna foi rei; e é um dos muitos nomes pelos quais Krishna é conhecido. Ver Bhagavan Krishna.

    ji. Sufixo que denota respeito, acrescentado a nomes e títulos na Índia; por exemplo: Gandhiji, Paramahansaji, Guruji.

    Jnana Yoga. Senda de união com Deus, pela transmutação do poder discernidor do intelecto em sabedoria onisciente da alma.

    karma. Efeitos de ações passadas, desta vida ou de vidas anteriores; do sânscrito, kri, fazer. A lei do karma, que promove o equilíbrio, conforme exposta nas escrituras hindus, é a lei de ação e reação, causa e efeito, semeadura e colheita. No curso da justiça natural, cada ser humano, por meio de seus pensamentos e ações, torna-se artífice de seu próprio destino. Quaisquer que sejam as energias que ele próprio, sensata ou insensatamente, coloque em movimento, devem voltar para ele, que é o ponto de origem, como um círculo que, inexoravelmente, se fecha sobre si. A compreensão do karma como lei da justiça serve para libertar a mente humana do ressentimento contra Deus e o homem. O karma de uma pessoa segue-a, encarnação após encarnação, até que se cumpra ou seja transcendido espiritualmente. (Ver reencarnação.)

    As ações cumulativas dos seres humanos em suas comunidades, nas nações ou no mundo como um todo, constituem o karma coletivo, que produz efeitos locais ou de ampla extensão, segundo o grau e predominância do bem ou do mal. Os pensamentos e ações de cada homem, portanto, contribuem para o bem ou para o mal do mundo e de todos os povos que nele habitam.

    Karma Yoga. Caminho para Deus por meio da ação e do serviço desinteressados. Pelo serviço altruísta, pela oferta a Deus dos frutos de suas ações e por enxergá-Lo como o único Autor, o devoto liberta-se do ego e alcança a experiência de Deus. Ver Yoga.

    Krishna. Ver Bhagavan Krishna.

    Kriya Yoga. Sagrada ciência espiritual que se originou na Índia, há milênios. Inclui determinadas técnicas de meditação cuja prática devotada leva à realização divina. Paramahansa Yogananda explicou que a raiz sânscrita da palavra kriya é kri, fazer, agir e reagir; a mesma raiz encontra-se na palavra karma, o princípio natural de causa e efeito. Kriya Yoga é, portanto, "união (yoga) com o Infinito por meio de uma certa ação ou rito (kriya)." Kriya Yoga, uma forma de Raja Yoga (yoga "real" ou "completa), é exaltada por Krishna, no Bhagavad Gita e por Patânjali, nos Yoga Sutras. Revivida nesta era por Mahavatar Babaji," a Kriya Yoga é a diksha (iniciação espiritual) concedida pelos Gurus da Self-Realization Fellowship. Desde o mahasamadhi de Paramahansa Yogananda, a diksha é dada por seu representante espiritual autorizado, o presidente da Self-Realization Fellowship/Yogoda Satsanga Society of India (ou alguém por ele indicado). Os membros da Self-Realization qualificam-se para receber diksha após preencherem certos requisitos espirituais preliminares. Quem recebe diksha é um Kriya Yogi ou Kriyaban. Ver também guru e discípulo.

    Kundalini. A poderosa corrente de energia vital criativa que reside em uma passagem sutil em espiral na base da coluna vertebral. Na consciência desperta comum, a força vital do corpo flui do cérebro para a espinha e sai por essa passagem espiralada da kundalini, estimulando o corpo físico e amarrando os corpos astral e causal (qq.v.), e a alma que habita a forma mortal. Nos estados mais elevados de consciência, que são o objetivo da meditação, a energia da kundalini é revertida para fluir de volta pela espinha, despertando as faculdades espirituais adormecidas nos centros cerebroespinhais (chakras). Também chamada de "força da serpente", devido à sua configuração em espiral.

    Kutastha Chaitanya. Consciência Crística (q.v.). A palavra sânscrita kutastha significa “aquilo que permanence inalterável”; chaitanya significa “consciência.”

    Lahiri Mahasaya. Lahiri era o nome de família de Shyama Charan Lahiri (1828-1895). Mahasaya, um título religioso sânscrito, significa "de mente vasta", Lahiri Mahasaya foi discípulo de Mahavatar Babaji e guru de Swami Sri Yukteswar (guru de Paramahansa Yogananda). Foi um mestre semelhante a Cristo, dotado de poderes miraculosos, mas também um homem de família com responsabilidades profissionais. Sua missão foi a de revelar uma yoga adequada ao homem moderno, na qual a meditação combina-se, de forma equilibrada, com o desempenho correto dos deveres externos. Lahiri Mahasaya foi o discípulo a quem Mahavatar Babaji revelou a antiga, quase perdida, ciência da Kriya Yoga, instruindo-o, por sua vez, a dar iniciação a buscadores sinceros. A vida de Lahiri Mahasaya está descrita no livro Autobiografia de um Iogue.

    Lições da Self-Realization fellowship. Os ensinamentos de Paramahansa Yogananda, compilados em uma série abrangente de lições para estudo em casa, disponíveis a pessoas que buscam sinceramente a verdade em qualquer parte do mundo. Essas lições contêm as técnicas de meditação iogue ensinadas por Paramahansa Yogananda, inclusive, para os que preenchem certos requisitos, a técnica de Kriya Yoga. Podem ser solicitadas informações sobre essas lições à Sede Internacional da Self-Realization Fellowship em Los Angeles.

    luz astral. A luz sutil que emana dos vitátrons (ver prana); a essência que estrutura o mundo astral. Por meio da percepção intuitiva, oniabrangente, que a alma tem, os devotos em estados concentrados de meditação podem perceber a luz astral, particularmente sob a forma do olho espiritual.

    M-P

    Mãe Divina. O aspecto de Deus ativo na criação, a shakti, ou poder, do Criador Transcendente. Outros termos para esse aspecto da divindade são Natureza ou Prakriti, Om, Espírito Santo, Vibração Cósmica Inteligente. Também o aspecto pessoal de Deus como Mãe, corporificando o amor e as qualidades compassivas do Senhor.

    As escrituras hindus ensinam que Deus é tanto imanente quanto transcendente, tanto pessoal quanto impessoal. Ele pode ser buscado como o Absoluto, como uma de Suas qualidades eternas manifestadas, quais sejam, amor, sabedoria, bem-aventurança, luz; ou concebido como Pai Celestial, Mãe, Amigo.

    mahasamadhi. Do sânscrito maha. “grande”, samadhi. A derradeira meditação ou comunhão consciente com Deus, quando um mestre perfeito funde-se no Om cósmico e abandona o corpo físico. Um mestre sempre sabe com antecipação a hora, escolhida por Deus, de abandonar sua residência corporal. Ver samadhi.

    Mahavatar Babaji. O mahavatar (“grande avatar”) imortal que, em 1861, deu iniciação em Kriya Yoga a Lahiri Mahasaya e, assim, devolveu ao mundo a antiga técnica de salvação. Perenemente jovem, ele tem vivido, há séculos, no Himalaia, concedendo uma bênção permanente ao mundo. Sua missão tem sido auxiliar os profetas no desempenho de missões específicas. Muitos títulos indicativos de sua altíssima estatura espiritual lhe têm sido conferidos, mas o mahavatar geralmente usa o simples nome de Babaji, do sânscrito baba, "pai", acrescido do sufixo ji, que denota respeito. Mais informações sobre sua vida e missão espiritual encontram-se no livro Autobiografia de um Iogue. Ver avatar.

    Mantra Yoga. Comunhão divina obtida pela repetição concentrada, devocional, de sons que são radicais de palavras e que têm uma potência vibratória espiritualmente benéfica. Ver Yoga.

    maya. Poder ilusório intrínseco à estrutura da criação, por meio do qual o Um aparece como muitos. Maya é o princípio da relatividade, da inversão, do contraste, da dualidade, dos pares de opostos; o Satā (literalmente, "o adversário", em hebraico) dos profetas do Velho Testamento. E o "diabo" a quem Cristo descreveu de maneira pitoresca como "assassino" e "mentiroso", porque "não há verdade nele" (João 8:44).

    Paramahansa Yogananda escreveu:

    "A palavra sânscrita maya significa 'o que mede'. Trata-se do poder mágico na criação por meio do qual surge uma aparência de limitação e divisão no Imensurável e Indiscernível. Maya é a própria Natureza transitória, como antítese da Imutabilidade Divina.

    "No plano de Deus e em Sua diversão (lila), a única função de Sată ou maya é tentar desviar o homem do Espírito para a matéria, da Realidade para a irrealidade. 'O diabo peca desde o princípio. Para este fim, o Filho de Deus foi manifestado, para que pudesse destruir as obras do diabo' (João 3:8). Isto é, a manifestação da Consciência Crística, dentro do próprio ser humano, destrói facilmente as ilusões, ou 'obras do diabo'.

    "Maya é o véu de transitoriedade na Natureza, o incessante vir-a-ser da criação; o véu que cada homem deve levantar a fim de ver, detrás dele, o Criador - o sempre Imutável, a Realidade eterna.

    meditação. Concentração em Deus. O termo é usado em sentido geral para designar a prática de qualquer técnica para interiorizar a atenção e focalizá-la em algum aspecto de Deus. Em sentido específico, a meditação refere-se ao resultado final da prática bem-sucedida dessas técnicas: a experiência direta de Deus por meio da percepção intuitiva. É o sétimo passo (dhyana) do caminho de oito passos da Yoga, descrito por Patânjali, alcançado somente depois de se atingir a concentração interior fixa, na qual o praticante está inteiramente livre de perturbação pelas impressões sensoriais provenientes do mundo externo. No estado mais profundo de meditação, tem-se a experiência do oitavo passo no caminho da Yoga: samadhi, comunhão, unidade com Deus. (Ver também Yoga),

    medula oblongata. Essa estrutura na base do cérebro (parte superior da medula espinhal) é o principal ponto de entrada da força vital (prana) no corpo. É a sede do sexto centro cerebroespinhal, cuja função é receber e direcionar o fluxo de entrada da energia cósmica. A força vital é armazenada no sétimo centro (sahasrara) na parte superior do cérebro. A partir desse reservatório, ela é distribuída por todo o corpo. O centro sutil da medula é o interruptor principal que controla a entrada, o armazenamento e a distribuição da força vital.

    mente superconsciente. O poder onisciente da alma, que percebe a verdade diretamente; intuição.

    mestre. Quem atingiu o autodomínio. Paramahansa Yogananda salientou que "as qualificações que distinguem um mestre não são físicas, mas espirituais. ...A prova de que alguém é um mestre só é fornecida pela capacidade de entrar, à vontade, no estado de não-respiração (sabikalpa samadhi) e de alcançar a bem-aventurança imutável (nirbikalpa samadhi)." Ver samadhi.

    Paramahansaji também afirma: "Todas as escrituras proclamam que o Senhor criou o homem à Sua onipotente imagem. O controle sobre o universo parece sobrenatural, mas, na verdade, esse poder é natural e inerente a todos os seres humanos que alcançam a 'lembrança correta' de sua origem divina. Homens de realização divina estão livres do princípio do ego (ahamkara) e de seus surtos de desejos pessoais; as ações dos verdadeiros mestres estão em harmoniosa conformidade com rita, justiça natural. Nas palavras de Emerson, "todas as grandes almas tornam-se não virtuosas, e sim a Virtude; então a finalidade da criação é cumprida e Deus Se mostra satisfeito."

    Mount Washington. Sede do Centro-Mãe e, por extensão, o nome frequentemente usado para designar a sede internacional da Self-Realization Fellowship, em Los Angeles. A propriedade, de cerca de cinco hectares, foi adquirida por Paramahansa Yogananda em 1925. Ali, ele estabeleceu um centro de treinamento para a ordem monástica da Self-Realization e o centro administrativo para a difusão mundial da antiga ciência da Kriya Yoga.

    mundo astral. Esfera sutil da criação do Senhor, um universo de luz e cores, composto de forças mais finas que as atômicas, ou seja, vibrações de energia vital ou vitátrons (ver prana). Toda criatura, todo objeto, toda vibração no plano material tem uma duplicata astral, pois no universo astral está o projeto do nosso universo físico. Por ocasião da morte física, o homem, em seu corpo astral de luz, vai para um dos planetas astrais de acordo com seu mérito, para continuar a evolução espiritual na liberdade maior desse reino sutil. Ali permanece, por um tempo predeterminado pelo karma, até o renascimento físico.

    mundo causal. Por trás do mundo físico da matéria (átomos, prótons, elétrons) e do mundo astral sutil de energia vital luminosa (vitátrons), existe o mundo causal, ou ideativo, mundo de pensamento (ideátrons). Depois que o homem evoluiu o suficiente para transcender os universos físico e astral, ele habita o universo causal. Na consciência dos seres causais, os universos físico e astral revertem à sua essência-pensamento. Tudo o que o homem físico pode fazer na imaginação, o homem causal pode fazer na realidade - sendo o pensamento em si a única limitação.

    Por fim, o homem desprende-se do último envoltório da alma, o corpo causal, para unir-se ao Espírito onipresente, que está além de todos os reinos vibratórios.

    olho espiritual. O olho único da intuição e da percepção onipresente, localizado no centro crístico (ajna chakra, Kutastha), entre as sobrancelhas. O devoto que medita profundamente contempla o olho espiritual como um anel de luz dourada, circundando uma esfera de cor azul-opalino, em cujo centro está uma estrela branca de cinco pontas. Microcosmicamente, essas formas e cores sintetizam, respectivamente, o reino vibratório da criação (Natureza Cósmica, Espírito Santo); o Filho ou inteligência de Deus na criação (Consciência Crística) e o Espírito sem vibração, além de toda a criação (Deus-Pai).

    O olho espiritual é a porta de acesso aos estados supremos de consciência divina. Em meditação profunda, à medida que a consciência do devoto penetra no olho espiritual, nos três reinos ali sintetizados, ele experimenta sucessivamente os seguintes estados: superconsciência ou alegria sempre nova da percepção da alma e da unidade com Deus como Om ou o Espirito Santo; consciência crística, unidade com a inteligência universal de Deus em toda a criação; e consciência cósmica, unidade com a onipresença de Deus que está, simultaneamente, além e dentro da manifestação vibratória. Ver também, consciência, estados de; superconsciência, Consciência Crística.

    Explicando uma passagem de Ezequiel (43:1-2), Paramahansa Yogananda escreveu: "Através do olho divino na testa (oriente), o iogue leva sua consciência a singrar na onipresença, ouvindo o Verbo ou Om, o som divino 'de muitas águas': as vibrações de luz que constituem a única realidade da criação." Nas palavras de Ezequiel: "Então me levou à porta, à porta que olha para o caminho do oriente. E eis que a glória do Deus de Israel vinha do caminho do oriente; e a sua voz era como a voz de muitas águas, e a terra resplandeceu por causa da sua glória."

    Jesus também se referiu ao olho espiritual: "Sendo pois o teu olho único, também todo o teu corpo será luminoso. [...) Về pois que a luz que em ti há não sejam trevas" (Lucas 11:34-35).

    Om (Aum). A palavra-raiz ou radical sonoro que, em sânscrito, simboliza o aspecto de Deus que cria e mantém todas as coisas; a Vibração Cósmica. O Om dos Vedas tornou-se a palavra sagrada Hum dos tibetanos, o Amin dos muçulmanos e o Amém dos egípcios, gregos, romanos, judeus e cristãos. As grandes religiões do mundo declaram que todas as coisas criadas tiveram origem na energia vibratória cósmica de Om ou Amém, o Verbo ou Espírito Santo. "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. [..] Todas as coisas foram feitas por ele (o Verbo ou Om), e sem ele nada do que foi feito se fez." (João 1:1,3).

    Amém, em hebraico, significa seguro, fiel. "Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus" (Apocalipse 3:14). Exatamente como um som é produzido pela vibração de um motor em funcionamento, assim o som onipresente de Om testemunha fielmente o funcionamento do "Motor Cósmico", que sustenta toda a vida e todas as partículas da criação por meio da energia vibratória. Nas Lições da Self-Realization Fellowship, Paramahansa Yogananda ensina técnicas de meditação cuja prática produz a experiência direta de Deus como Om, ou, o Espírito Santo. Essa bem-aventurada comunhão com o Poder divino invisível ("o Consolador, o Espírito Santo" - João 14:26) é a verdadeira base científica da oração.

    paramahansa. Título espiritual que designa um mestre. Só um verdadeiro guru está autorizado a conferi-lo a um discípulo qualificado. Paramahansa significa, literalmente, "cisne supremo". Nas escrituras hindus, o hansa ou cisne simboliza o discernimento espiritual. Swami Sri Yukteswar conferiu esse título a seu amado discípulo Yogananda, em 1935.

    paramguru. Literalmente, "guru supremo" ou "grande guru"; o guru de um guru. Sri Yukteswar é o paramguru dos membros da Self-Rea1ization (discípulos de Paramahansa Yogananda). Quanto a Paramahansaji, seu paramguru é Lahiri Mahasaya; Mahavatar Babaji é seu param-paramguru.

    Patânjali. Antigo expoente da Yoga, cujos Yoga Sutras delineiam os princípios da senda iogue, dividindo-a em oito passos: (l) yama, conduta moral; (2) niyama, prescrições religiosas; (3) asana, postura correta para acalmar a inquietude corporal; (4) pranayama, controle de prana, correntes vitais sutis; (5) pratyahara, interiorização; (6) dharana, concentração; (7) dhyana, meditação; e (8) samadhi, experiência superconsciente.

    Prakriti. Natureza Cósmica; em geral, o poder vibratório inteligente e criativo projetado pelo Espírito que objetifica e se torna a manifestação trina (causal, astral e física) do universo e o microcosmo do homem.

    Especificamente designado: Maha-Prakriti é a Inteligência Criativa Indiferenciada primordial de Deus, Mãe Natureza Criativa ou Espírito Santo, que através da Vibração Cósmica de Seu Próprio Ser, traz à manifestação toda a criação. Para-Prakriti (Natureza Pura) e Apara-Prakriti (Natureza Impura) se correlacionam com as terminologias cristãs do Espírito Santo e Satã - respectivamente, o poder criativo que expressa a imanência da presença vibratória de Deus na criação e o poder sombrio da ilusão cósmica que obscurece a onipresença divina.

    prana. Centelhas de energia inteligente, mais sutis que as atômicas e que constituem a vida; nos tratados que compõem as escrituras hindus, recebem a designação coletiva de prana, traduzido por Paramahansa Yogananda como "vitátrons". Essencialmente, pensamentos condensados de Deus; substância do mundo astral e princípio vital do cosmos físico. No mundo físico, há duas espécies de prana: (1) a energia cósmica vibratória, onipresente no universo, que estrutura e mantém todas as coisas; (2) prana específico ou energia que permeia e sustenta cada corpo humano por meio de cinco correntes ou funções. A corrente Pran executa a função de cristalização; a corrente Vyan, de circulação; a corrente Saman, de assimilação; a corrente Udan, de metabolismo e a corrente Apan, de eliminação.

    pranam. Um gesto de saudação na Índia. As palmas das mãos se juntam, com a base à altura do coração, e as pontas dos dedos tocam a testa. Na realidade, esse cumprimento é uma modificação do pranam, literalmente "saudação completa", da raiz sânscrita nam, "saudar" ou "curvar-se", e do prefixo pra, "completamente". A saudação pranam é a forma de cumprimento mais comum na Índia. Diante de renunciantes e outras pessoas respeitadas por sua elevação espiritual, pode ser acompanhada da palavra falada: "Pranam".

    pranayama. Controle consciente do prana (vibração ou energia criadora que ativa e sustenta a vida no corpo). A ciência iogue de pranayama é o método consciente e direto de desligar a mente das funções vitais e das percepções sensórias que prendem o homem à consciência do corpo. Assim, pranayama deixa a consciência do homem livre para comungar com Deus. Todas as técnicas científicas que resultam em união da alma com o Espírito podem ser classificadas como Yoga, sendo pranayama o maior método iogue para atingir a união divina.

    R-S

    Raja Yoga. O caminho "régio" ou mais elevado para a união com Deus. Ensina a meditação científica como o método supremo para a realização divina, incluindo o que há de mais essencial e elevado em todas as outras formas de Yoga. Os ensinamentos de Raja Yoga da Self-Rea1ization Fellowship oferecem um programa de vida que conduz ao perfeito desenvolvimento do corpo, da mente e da alma, fundamentado na meditação de Kriya Yoga. Ver Yoga.

    Rajarsi Janakananda (James J. Lynn). Adiantado discípulo de Paramahansa Yogananda e primeiro sucessor como presidente e líder espiritual da Self-Realization Fellowship e Yogoda Satsanga of India até sua morte em 20 de fevereiro de 1955. O Sr. Lynn recebeu a iniciação de Kriya Yoga de Paramahansaji em 1932; seu avanço espiritual foi tão rápido que o Guru se referiu amorosamente a ele como "Santo Lynn", até lhe conceder o título monástico de Rajarsi Janakananda em 1951.

    reencarnação. A doutrina de que os seres humanos, compelidos pela lei da evolução, encarnam-se repetidamente para viverem vidas progressivamente superiores — retardadas pelas ações erradas e pelos desejos, e adiantadas pelas práticas espirituais — até atingirem a Autorrealização e a união com Deus. Tendo, assim, transcendido as limitações e as imperfeições da consciência imortal, a alma fica libertada para sempre da reencarnação compulsória. "A quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus, e dele nunca mais sairá" (Apocalipse 3:12).

    O conceito de reencarnação não é exclusivo da filosofia oriental, mas foi tido como verdade fundamental da vida por numerosas civilizações antigas. A igreja cristã primitiva aceitava o princípio da reencarnação que foi exposto pelos gnósticos e por numerosos Padres da Igreja, inclusive Clemente de Alexandria, Orígenes e São Jerónimo. Foi só no Segundo Concílio de Constantinopla, em 553 d.C., que essa doutrina foi retirada oficialmente dos ensinamentos da Igreja. Hoje em dia, numerosos pensadores ocidentais estão começando a adotar a ideia da lei do karma e da reencarnação, vendo nela uma grande e tranquilizadora explicação das aparentes injustiças da vida.

    rishis. Videntes, seres excelsos que manifestam a sabedoria divina; especificamente, os sábios iluminados da antiga Índia, aos quais os Vedas foram intuitivamente revelados.

    sadhana. Senda de disciplina espiritual; instruções específicas e práticas de meditação prescritas pelo guru a seus discípulos que, pela observância fiel, alcançam afinal a realização divina.

    samadhi. O mais elevado passo da Senda Óctupla da Yoga, delineada pelo sábio Patânjali. Atinge-se o samadhi quando a pessoa que medita, o processo da meditação (pelo qual a mente se retira dos sentidos pela interiorização) e o objeto da meditação (Deus) tornam-se Um. Paramahansa Yogananda explicou que "nos estágios iniciais de comunhão com Deus (sabikalpa samadhi), a consciência do devoto funde-se no Espírito Cósmico; sua força vital retira-se do corpo, que parece 'morto', ou imóvel e rígido. O iogue tem plena consciência de sua condição física de animação suspensa. Todavia, à medida que progride para estados espirituais mais elevados (nirbikalpa samadhi), ele comunga com Deus sem a imobilidade do corpo e o faz em seu estado comum de vigília, mesmo em meio aos exigentes deveres mundanos." Ambos os estados caracterizam-se pela união com a bem-aventurança sempre nova do Espírito, mas o estado de nirbikalpa só é experimentado por mestres de altíssimo adiantamento.

    Sanatana Dharma. Literalmente, "religião eterna". O nome dado ao conjunto de ensinamentos védicos que veio a chamar-se Hinduísmo, depois que os gregos denominaram o povo que habitava às margens do rio Indo de indus ou hindus. Ver dharma.

    Satã. Literalmente, em hebraico, “o adversário”. Satã é a força universal consciente e independente, que conserva tudo e todos iludidos com a consciência não-espiritual da finitude e da separação de Deus. Para manter esse estado, Satã usa as armas de maya (ilusão cósmica) e avidya (ilusão individual, ignorância). Ver maya.

    Sat-Tat-Om. Sat, Verdade, o Absoluto, Bem-aventurança; Tat, inteligência ou consciência universal; Om, vibração cósmica criadora e inteligente, palavra-símbolo de Deus. Ver Om e Trindade.

    Self-Realization. Forma abreviada de se referir à Self-Rea1ization Fellowship - a sociedade fundada por Paramahansa Yogananda - frequentemente utilizada por ele em palestras informais; por exemplo: "os ensinamentos da Self-Realization"; "o caminho da Self-Realization"; "a sede central da Self-Realization, em Los Angeles"; etc.

    Self-Realization Fellowship. Sociedade fundada por Paramahansa Yogananda nos Estados Unidos em 1920 (e como Yogoda Satsanga Society of India, na Índia, em 1917) para a divulgação, em âmbito mundial, dos princípios espirituais e das técnicas de meditação da Kriya Yoga, visando o auxílio e o benefício da humanidade. A sede internacional, o Centro-Mãe, situa-se em Los Angeles, Califórnia. Paramahansa Yogananda explicou o significado do nome da organização deste modo: "Self-Realization Fellowship significa associação com Deus por meio da Autorrealização e amizade com todas as almas que buscam a verdade."

    Self-Realization (revista). Uma revista trimestral publicada pela Self-Realization Fellowship, com destaque para as palestras e escritos de Paramahansa Yogananda; traz ainda outros artigos espirituais, práticos e informativos, de interesse atual e valor duradouro. Satsangas (palestras espirituais informais) de Sri Daya Mata, ex-presidente da Self-Rea1ization Fellowship, também são publicadas regularmente.

    Shankara, Swami. Às vezes chamado Adi ("o primeiro") Shankaracharya (Shankara + acharya, "instrutor"); o mais ilustre filósofo da Índia. Sua época é incerta; muitos eruditos lhe assinalam o século oitavo ou início do nono. Ele explicava Deus não como urna abstração negativa, mas como a Bem-aventurança positiva, eterna, onipresente e sempre nova. Shankara reorganizou a antiquíssima Ordem dos Swamis e fundou quatro grandes maths (centros monásticos de educação espiritual), cujos líderes, em sucessão apostólica, trazem o título de jagadguru Sri Shankaracharya. Jagadguru significa "instrutor de todo o mundo".

    siddha. Literalmente, "quem é bem sucedido". Quem alcançou a Autorrealização.

    Som Cósmico. Ver Om.

    Sri. Título de respeito. Quando usado antes do nome de um religioso, significa "santo" ou "reverendo".

    Sri Yukteswar, Swami. Swami Sri Yukteswar Giri (1855-1936), jnanavatar, "Encarnação da Sabedoria" da Índia; guru de Paramahansa Yogananda e paramguru de todos os membros Kriyabans da Self-Rea1ization Fellowship. Sri Yukteswarji foi discípulo de Lahiri Mahasaya. A pedido do guru deste, Mahavatar Babaji, escreveu The Holy Science (A Ciência Sagrada), um tratado sobre a unidade subjacente às escrituras cristãs e hindus, e treinou Paramahansa Yogananda para uma missão espiritual e mundial: a disseminação da Kriya Yoga. Paramahansaji descreveu com amor a vida de Sri Yukteswarji na Autobiografia de um Iogue.

    superconsciência. Consciência da alma: pura, intuitiva, onividente, sempre-bem-aventurada. Às vezes usada genericamente para designar os diversos estados de comunhão com Deus, experimentados na meditação, mas, especificamente, o estado inicial quando se transcende a consciência do ego e se percebe o seu "Ser" [Self] como alma, feita à imagem de Deus. Seguem-se depois os estados superiores de realização: consciência crística e consciência cósmica.

    swami. Membro da antiquíssima ordem monástica da Índia, reorganizada, no século oitavo ou no início do nono, por Swami Shankara. Um swami faz votos formais de celibato e renúncia aos laços e ambições mundanas; dedica-se à meditação e outras práticas espirituais, bem como ao serviço à humanidade. Há dez títulos classificatórios da venerável Ordem dos Swamis, como Giri, Puri, Bharati, Tirtha, Saraswati e outros. Swami Sri Yukteswar e Paramahansa Yogananda pertenciam ao ramo Giri ("montanha").

    A palavra sânscrita swami significa "quem se unificou ao Ser (Swa)."

    T-Z

    tattvas. Ver elementos.

    Trindade. O Espírito torna-Se Trindade quando Se manifesta na criação: Pai, Filho e Espírito Santo, ou Sat, Tat, Om. O Pai (Sat) é Deus como Criador, existindo além da criação. O Filho (Tat) é a inteligência onipresente de Deus dentro da criação. O Espírito Santo (Om) é o poder vibratório de Deus tornado objeto ou convertido em criação.

    Na Eternidade, muitos ciclos de criação e dissolução cósmica surgiram e desapareceram (ver yuga). Ao ocorrer a dissolução cósmica, a Trindade e todas as outras relatividades da criação voltam a dissolver-se no Espírito Absoluto.

    Upanishads. Os Upanishads ou Vedanta (lit., “fim dos Vedas”), que ocorrem em certas partes dos quatro Vedas, são resumos essenciais que formam a base doutrinária da religião hindu.

    Vedanta. Literalmente, "fim dos Vedas"; a filosofia nascida dos Upanishads, o último segmento dos Vedas. Shankara (século IX) foi o principal expoente do Vedanta, que declara ser Deus a única realidade e a criação, essencialmente, uma ilusão. Como o homem é a única criatura capaz de conceber a Deus, o próprio homem deve ser divino, e seu dever, portanto, é perceber sua verdadeira natureza.

    Vedas. Os quatro textos que compõem as escrituras hindus: Rig Veda, Sama Veda, Yajur Veda e Atharva Veda. São, essencialmente, uma literatura de cânticos, rituais e recitações, com o objetivo de vitalizar e espiritualizar todas as fases da vida e da atividade do homem. Entre os imensos textos da Índia, os Vedas (da raiz sânscrita vid, "saber") são os únicos escritos aos quais não se atribui autor. O Rig Veda atribui uma origem celestial aos hinos e nos diz que vieram de "tempos remotos", revestidos de nova linguagem. Divinamente revelados aos rishis, "videntes", era após era, diz-se que os Vedas possuem nityatva, "finalidade intemporal ".

    Vibração Cósmica Inteligente. Ver Om.

    vitátrons. Ver prana.

    Yoga. Do sânscrito yuj, "união". Yoga significa união da alma individual com o Espírito e, também, o conjunto de métodos pelos quais se alcança esse objetivo. Dentro de um espectro mais amplo na filosofia hindu, Yoga é um dos seis sistemas ortodoxos: Vedanta, Mimamsa, Sankhya, Vaisesika, Nyaya e Yoga. Existem vários tipos de métodos de Yoga: Hatha Yoga, Mantra Yoga, Laya Yoga, Karma Yoga, Inana Yoga, Bhakti Yoga e Raja Yoga. O que a Self-Realization Fellowship ensina é Raja Yoga, a yoga "real" ou "completa" que Bhagavan Krishna exalta, no Bhagavad Gita, ao seu discípulo Arjuna: "Considera-se o iogue maior do que os ascetas que disciplinam o corpo, maior até do que os que seguem o caminho da sabedoria ou o caminho da ação; sê tu, ó Arjuna, um iogue!" (Bhagavad Gita VI:46). O sábio Patânjali, expoente máximo da Yoga, esboçou oito etapas definidas, pelas quais o Raja iogue alcança o samadhi, ou união com Deus: (l) yama, conduta moral; (2) niyama, observâncias religiosas; (3) asana, postura correta para acalmar a inquietude corporal; (4) pranayama, controle do prana, as correntes vitais sutis; (5) pratyahara, interiorização; (6) dharana, concentração; (7) dhyana, meditação; e (8) samadhi, experiência superconsciente.

    Yogoda Satsanga Society of lndia. O nome pelo qual é conhecida na Índia a sociedade fundada por Paramahansa Yogananda em 1917. Sua sede, Yogoda Math, fica situada às margens do rio Ganges, em Dakshineswar, próxima a Calcutá, tendo uma filial em Ranchi, Bihar. Além dos centros e grupos de meditação espalhados pela Índia inteira, a Yogoda Satsanga Society dispõe de vinte e uma instituições educacionais, desde o nível primário até o universitário. Yogoda, palavra cunhada por Paramahansa Yogananda, é derivada de yoga, "união, harmonia, equilíbrio", e da, "aquilo que confere". Satsanga significa "associação divina" ou "associação com a Verdade". Para o Ocidente, Paramahansaji traduziu o termo indiano como Self-Rea1ization Fellowship.

    yuga. Um ciclo ou subperíodo da criação, descrito nos antigos textos hindus. Sri Yukteswar analisa no livro “A Ciência Sagrada" um Ciclo Equinocial de 24.000 anos e a inserção, nele, da humanidade atual. Esse ciclo ocorre dentro de um ciclo universal muito mais longo, referido nos antigos textos, calculado pelos antigos rishis e mencionado no capítulo 16 da Autobiografia de um Iogue:

    "O ciclo universal das escrituras é de 4.300.560.000 anos de extensão e equivale a um 'Dia da Criação'. Essa vasta cifra baseia-se na relação entre a duração do ano solar e um múltiplo de pi (3,1416, razão constante entre o comprimento da circunferência e o de seu diâmetro).

    "A duração de vida do universo inteiro, segundo os antigos videntes, é de 314.159.000.000.000 de anos solares, ou 'Uma Idade de Brahma'."

    Guia de Pronúncia